A freguesia de Romariz, com uma área de cerca de 12 km2, situa-se a nordeste do concelho de Santa Maria da Feira e a cerca de 10 km desta cidade.

Romariz confina a norte com as freguesias de Guizande, Louredo e Vale, a nascente com as de S. Miguel do Mato, Fermedo e Escariz (do concelho de Arouca) a sul com as freguesias de Fajões e de Cesar (do concelho de Oliveira de Azeméis) e a poente com as de Milheirós de Poiares e Pigeiros.

Atualmente a freguesia tem uma população de cerca de 3.650 habitantes residentes, dispersos por treze lugares (Carvalhal, Casal do Monte, Duas Igrejas, Fafião, Goim, Igreja, Monte Calvo, Mouquim, Oliveira, Portela, Reguenga, Romariz e Vila Nova).

Esta terra será comunidade habitada desde o século VI a.C.. Esta data é-nos indicada pelas descobertas posteriores ao achado, no “Monte do Castro”, de um espólio constituído por pequenos objetos de ouro e prata e por uma ânfora com cerca de cem moedas de vários imperadores romanos. Este e outros achados nas escavações que se realizaram posteriormente no “Monte dos Mouros” permitir-nos-ão afirmar que Romariz é terra habitada há mais de 2.500 anos.

Romariz não teve sempre o nome atual. Pela análise de vários documentos, pode-se afirmar que, inicialmente, esta localidade se terá chamado “Civitas Portela”, “Castro Portela” ou, simplesmente, “Portela”. É aceitável que até meados do séc. XI esta região se tenha chamado “Portela”. A partir desta altura existem já registos com o nome “Romariz”, designação que se terá vulgarizado até ao final do século XII.

Qual a origem desta alteração?

No início do séc. VIII os árabes entraram no Sul da Península Ibérica e rapidamente a ocuparam na quase totalidade. Os cristãos, depois de “encurralados” no norte de Espanha, nas Astúrias, formam um pequeno exército e decidem atacar o mouro inimigo, reconquistando progressivamente terras em direção ao Sul: foi a reconquista cristã que, nessa região, aconteceu durante o século IX. Ora, segundo os costumes da época, muitas vezes, o conquistador cristão dava o seu nome à terra conquistada e, dado que os nomes “Romaricus” e “Romarigus” eram frequentes na época entre a comunidade romana Cristã, é muito provável que o nome “Romariz” tenha a sua origem no antropónimo de um “Romaricus” que, conquistando a terra, tenha sido o seu primeiro senhor.

No terceiro quartel do séc. XI esta terra, já com o nome de Romariz, é integrada no Condado Portucalense, começando, a partir desta altura, a diversificar-se os primeiros aglomerados. Verifica-se um aumento da população e da extensão arável, bem como da criação de gado e do rendimento agrícola. Esta situação traz melhores condições de vida aos residentes. O abade começa progressivamente por ocupar a posição até então exercida pelo “senhor da terra”, a Igreja Matriz torna-se o polo unificador da comunidade, e assim as freguesias começam a substituir as vilas romanas. Romariz torna-se freguesia e é ao longo dos séculos X e XI que toma a configuração atual. As inquirições de D. Afonso II, no início do século XIII, vieram encontrar Romariz com uma fisionomia física idêntica à que tem hoje.

A população de Romariz até às décadas de 60/70 viveu essencialmente da agricultura. Hoje, apesar da freguesia manter uma grande ruralidade, a sua gente procura outros modos de vida e emprega-se na indústria, comércio e serviços. Durante a década de 80/90 a Freguesia sofreu um impulso em termos de industrialização com a criação ou instalação de várias empresas. Se, até àquela altura, a indústria e os serviços eram muito pouco significativos em termos da economia desta localidade, hoje, algumas indústrias de média dimensão têm vindo a instalar-se, para além de um grande número de pequenas empresas (muitas de cariz familiar) que criam, no conjunto, várias centenas de postos de trabalho. A zona industrial, entretanto criada já no início deste século, tem chamado novas indústrias à Freguesia. Para além disso, a instalação das redes de abastecimento de água ao domicílio e da rede de esgotos, trouxeram benefícios evidentes à qualidade de vida da população.